segunda-feira, outubro 24, 2005

Princesa adormecida

Pára! Desculpa – interrompo-te na rua –
sabes dizer-me se morrer é uma arte
ao executámo-la os dois excepcionalmente bem?

E tu, com um cigarro a fumar-nos o poema,
Deixas cair tragicamente um livro do Al Berto,
À procura de um verso para me responder.

Olhas para mim e vês morte suficiente para O Medo
folhas lilases com cinza, onde a tinta preta por si só
não consegue explicar duas almas que se pensaram geminadas.

Afastaste, volto a interromper-te – Desculpa-me!
Como podes fazer de um tal gás o teu perfume
E compelir-me com as palavras a dançar nos teus cabelos?

para Sylvia Plath

DP