quarta-feira, junho 15, 2005

Fecundidade dos espelhos

Hoje a terra pareceu-me silenciosa.
Pensei – ao abrir a gaveta do meu peito –
Que este era um bom dia para morrer.

Anotei com o pulso da alma
Todas as formas de sufocar em silêncio
E assinei num papel o toque bárbaro das suas feridas.

Mas talvez espere que a fecundidade dos espelhos
Me traga a mulher verde dos meus sonhos
Com dinheiro suficiente para comprar a morte em cada esquina.

Hoje encontrei uma deusa que me pareceu silenciosa.
Senti – ao anular a compra da minha morte –
Que amanhã também o meu espelho se venderia.

D.P.

1 Comments:

Blogger Patrícia Evans said...

Que a vida te leve a mulher dos teus sonhos e que com ela vivas esses idilicos pensamentos que o teu ser poeta inspira!
beijos

10:52 da tarde  

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