segunda-feira, fevereiro 28, 2005

Sobre as asas

É das mãos que extrais a mutação dos olhares,
Quando operas no centro dos seus pulsos
Os nervos que te percorrem as asas.

É científica a forma como modelas o voo
Com o leme dos meus dedos cruzados
Ao abrires na gaveta do peito
O mundo onde te adormece a alma.

É directamente do beijo que extirpas os lábios
Com o punhal que te deixei
(sobre a mesa)
Na posição única de seres domado.

É através de ti que o tempo pára
No exacto segundo antes me atravessares o parapeito.
E quando o anjo mora num corpo de homem
É nas minhas costas que lhe crescem as asas.

D.P.

1 Comments:

Blogger nocturnidade said...

gosto de ler-te

4:34 da tarde  

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